Deve de haver poucas coisas mais infelizes do que desconhecer o propósito pessoal na vida. Eu ainda não encontrei o meu. Acredito que esse desígnio não surja de uma iluminação qualquer, mas sim com a persistência da procura. Tenho feito pequenas mudanças nos meus hábitos de vida, que, acredito, me estejam a direccionar para algum lado. Um lado sonhado e ambicionado. Nada na vida se adquire de um dia para o outro, e quem me dera ter sabido disto aos vinte. Ainda hoje não sei bem o que quero, ou melhor, até sei, mas ainda não descobri a forma de lá chegar. O que sei é que é preciso caminhar, um dia de cada vez, meio dia de cada vez, se for preciso. Vivo insatisfeito. Insatisfeito comigo, embora os espaços de tempo em que sinto vazios, sejam cada vez mais curtos, fruto dessa mudanças que vou empreendendo. É preciso resiliência e força para aguentar o peso dos dias, dias esses em que nada parece acontecer, em que nada parece mudar. Cada vez mais, acho que não fomos concebidos para enfrentar vagas de tormentos e dores, e acredito plenamente que a resposta está na criatividade e na liberdade do espirito.
Ainda não sei qual é o meu propósito de viver e, talvez, o propósito de vida, não seja mais do isso mesmo — a eterna busca. No último reduto, o propósito é ser-se feliz, seja lá o que isso for.
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