Estávamos nós, Zélia e eu, na praia da Pedra do Sal, ela escrevia suas memórias de infância, seus anarquistas graças a Deus, eu trabalhava num romance. Dias alegres de convívio fraterno, Elisa e Álvaro (Salema) aprendiam a chupar manga - manga se chupa, não se come - sob o sol de Itapuã. Outra praia, a de Caparica, na casa tranquila a mesa posta, a conversa sem compromisso sobre os temas ardentes do homem e de sua circunstância. As praias da saudade.
Jorge Amado
Colóquio | Letras número 123/124 janeiro-junho 1992
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